A Revolução dos Bichos de George Orwell – Livro
Cansados da exploração a que são submetidos pelos humanos, os animais da Granja do Solar rebelam-se contra seus donos e tomam posse da fazenda, com o objetivo de instituir um sistema cooperativo e igualitário, sob o slogan “Quatro pernas bom, duas pernas ruim“
A história, desde a expulsão de Jones até a “transformação completa de Napoleão em “humano” durou aproximadamente 6 anos. Na Granja do Solar, situada perto da cidade de Willingdon (Inglaterra), viviam bichos, que como dono tinham o Sr. Jones. O Velho Major (porco) teve um sonho, sobre uma revolução em que os bichos seriam auto-suficientes, sendo todos iguais. Era o princípio do Animalismo. O Major morreu, mas mesmo assim os animais colocaram em prática a ideia do líder, fazendo a Revolução dos Bichos.
Depois da Revolução, a Granja passou a se chamar Granja dos Bichos, e quem a administrava era Bola-de-Neve (porco). Bola-de-Neve seguia os princípios do Animalismo, e mesmo sendo superior (em quesitos de inteligência e cultura) em relação aos outros animais, sempre se considerou igual a todos, não tendo privilégios devido à sua condição.
Sete mandamentos do Animalismo, que se seguem:
1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
3. Nenhum animal usará roupas.
4. Nenhum animal dormirá em cama.
5. Nenhum animal beberá álcool.
6. Nenhum animal matará outro animal.
7. Todos os animais são iguais.
Mas não demora muito para que alguns bichos – em particular os mais inteligentes, os porcos — voltem a usufruir de privilégios, reinstituindo aos poucos um regime de opressão, agora inspirado no lema “Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros”. A história da insurreição libertária dos animais é reescrita de modo a justificar a nova tirania, e os dissidentes desaparecem ou são silenciados à força.
Instrumentalizada na época da Guerra Fria como arma anticomunista, A revolução dos bichos transcende os marcos históricos da ditadura stalinista que a inspirou e resplandece hoje, passados mais de sessenta anos de seu surgimento, como uma das mais extraordinárias fábulas sobre o poder que a literatura já produziu.
Quando foi publicado, em 1945, depois de rejeitado por vários editores — entre eles o poeta T. S. Eliot —, A revolução aos bichos causou mal-estar no establishment literário e político da época, pois foi imediatamente percebido como uma sátira feroz da ditadura stalinista, e os soviéticos ainda eram vistos como aliados na luta contra o nazi-fascismo. Para agravar o desconforto, os líderes do regime totalitário da Granja dos Bichos eram os porcos — o que soou como uma ofensa direta aos dirigentes russos.
De fato, a analogia era escancarada. Como não identificar nos expurgos, nos assassinatos, nos exílios e na distorção da memória histórica o que estava ocorrendo na União Soviética? Como não ver Stálin no despótico Napoleão e Trotski no proscrito Bola-de-Neve?
Poucos anos depois, a situação se inverteu: com o acirramento da Guerra Fria, o Ocidente passou a usar a fábula política de George Orwell como arma ideológica anticomunista – situação incômoda para o próprio autor, que se professava socialista e havia lutado como voluntário ao lado dos republicanos na Guerra Civil Espanhola.
Hoje, passadas seis décadas de profundas transformações na face do mundo, esta pequena obra-prima resiste intacta como trabalho de fantasia em torno dos mecanismos do poder, no qual os diversos animais encarnam as fraquezas humanas que levam à corrosão dos ideais igualitários e sua transformação em tirania.
Fundindo o estofo ético das fábulas clássicas à melhor tradição da sátira política, à maneira de Jonathan Swift, Orwell nos dá aqui uma visão perene e pessimista da política, lugar onde os homens, no mais das vezes, comportam-se como feras. A construção narrativa engenhosa, o cuidado na descrição de ambientes e situações, o humor onipresente, bem como a criação de personagens psicológica e moralmente complexos, tornam a leitura de A revolução dos bichos prazerosa e iluminadora mesmo para quem desconhece o contexto histórico-político que inspirou o livro. Por isso continua sendo um clássico que apaixona os mais variados tipos de leitor pelo mundo afora.
O 10º álbum “Animals”, dos gênios ingleses do rock progressivo Pink Floyd, foi lançado em 1977, pra mim um dos melhores, foi inspirado na obra “A Revolução dos Bichos” de George Orwell. Obra que critica escancaradamente a ditadura stalinista
Baixar o Livro: George Orwell – A Revolução dos Bichos
Mais informações: http://www.duplipensar.net/george-orwell/2005-02-pink-floyd-george-orwell.html