História das ideias e movimentos anarquistas de George Woodcock – vol 1 – Livro
“Todo aquele que contesta a autoridade e luta contra ela é um anarquista”, disse Sebastien Faure. A definição é tentadora em sua simplicidade, mas é justamente dessa simplicidade que devemos precaver-nos ao escrever uma história do anarquismo. Poucas doutrinas ou movimentos foram tão mal entendidos pela opinião pública e poucos deram tantos motivos para confusão pela própria variedade de formas de abordagem e ação. É por isso que, antes de traçar a evolução histórica do anarquismo como teoria e movimento, começo com um capítulo de definição: o que é anarquismo? O que não é? Essas são as questões que devemos examinar em primeiro lugar. A frase de Faure serve ao menos para demarcar a área em que o anarquismo existe. Todos os anarquistas contestam a autoridade e muitos lutam contra ela. Mas isso não significa que todos aqueles que contestam a autoridade e lutam contra ela devam ser considerados anarquistas. Do ponto de vista histórico, o anarquismo é a doutrina que propõe uma crítica à sociedade vigente; uma visão da sociedade ideal do futuro e os meios de passar de uma para a outra. A simples revolta irracional não faz de ninguém um anarquista, nem a rejeição do poder terreno com bases filosóficas ou religiosas. Os místicos e os estoicos não desejam a anarquia, mas um outro reino no céu. Sob o aspecto histórico, o anarquismo preocupa-se, basicamente, com o homem e sua relação com a sociedade. Seu objetivo final é sempre a transformação da sociedade; sua atitude no presente é sempre de condenação a essa sociedade, mesmo que essa condenação tenha origem numa visão individualista sobre a natureza do homem; seu método é sempre de revolta social, seja ela violenta ou não.
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