Sexualidade, amor e moral no anarquismo espanhol: reflexões a partir de Lucía Sánchez Saornil

Em nossos centros, basta um jovem se enfrentar com alguém do sexo contrário que a questão sexual surge como que por encanto e a liberdade de amar torna-se o único tema da conversa(Saornil, 2015, p. 49-50).

Este fragmento de Lucía Sánchez Saornil nos oferece um termômetro para que possamos mensurar o lugar único ocupado pela sexualidade nas campanhas gestadas no interior do anarquismo espanhol desde os primeiros anos de 1920, momento este marcado por um verdadeiro frenesi de conferências, livros, opúsculos, folhetos, novelas e revistas especializadas nos temas afins. Emíntima conexão com as ideias de maternidade consciente, controle da natalidade e planejamento familiar, assistimos ao surgimento de um número significativo de Lucía Sánchez Saornil nasceu em 13 de dezembro de 1895, em Madrid. Oriunda de uma família proletária formou-se de modo autodidata. Em 1914, com 19 anos, publicou seu primeiro poema de inspiração modernista, intitulado “Nieve”, no semanário Avante, de Ciudad Rodrigo. Em 1918 participou como militante ativa do ultraísmo, sendo a única poetisa a publicar nas revistas deste movimento estético de vanguarda. Em fins da década de 1920, por causa do aumento dos conflitos laborais na Telefônica, onde trabalhava como telefonista, vinculou-se à central de orientação anarcossindicalista CNT. Ao lado de Mercedes Comaposada e Amparo Poch y Gascón, ela foi uma das iniciadoras de Mujeres Libres. Com a derrota para Franco, Lucía se exilou na França, de onde retornaria cerca de três anos depois. Durante o franquismo, manteve-se completamente desligada das ati-vidades políticas. Lucía morreu em 2 de junho de 1970 em Valencia, vitimada por um câncer de pulmão. Ver: Borrás (2014); Casamitijana (1996a); Goutte (2011); Miguel,Rotischelli, Silva (2015).

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