Domingos Passos
Domingos Passos (Rio de Janeiro, provavelmente no final do século XIX – data e local de falecimento desconhecidos) foi um anarquista brasileiro, negro, operário e carpinteiro.
Era conhecido como o “Bakunin brasileiro”, pela sua audácia e determinação ao enfrentar o patronato e pelos seus discursos agressivos e coerentes.
Foi um dos principais articuladores da refundação da Federação Operária do Rio de Janeiro (F.O.R.J.). Também participava ativamente dos festivais operários, atuando nas peças teatrais, declamando poesias e palestrando sobre temas sociais. Foi preso e torturado diversas vezes, por participar de comícios, greves e piquetes. Orador de muita expressão. Mandado para o campo de concentração de Clevelândia, no Oiapoque, sobreviveu e fugiu através da fronteira com a Guiana.
Retornou à ativa no comitê de libertação dos anarquistas Sacco e Vanzetti, na Federação Operária de São Paulo (FOSP), em 1927. Participou do 4° Congresso Operário do Rio Grande do Sul, realizado em Porto Alegre. Ao voltar do Rio Grande do Sul, foi preso e encarcerado na “Bastilha do Cambuci”, onde permaneceu por três meses, sujeito à toda sorte de maus tratos. retirado do cárcere, foi enviado para morrer nas matas de Sengés, no interior paranaense. Conseguiu sobreviver, atravessando a mata com o corpo coberto de chagas e vestindo apenas trapos. Chegando a um pequeno povoado, escreveu uma carta para seus velhos companheiros, solicitando dinheiro. Estes enviaram-lhe um emissário com algum dinheiro para que se mantivesse durante algum período, sendo esta a última notícia deste valoroso anarquista e lutador social. Nunca mais se teve qualquer notícia dele, apenas boatos esporádicos e nunca confirmados.