Censura na internet aumenta a cada ano que passa

No mesmo dia em que o Irã anunciou o bloqueio do Google e o Vietnã enviou para a prisão três reconhecidos blogueiros por suas críticas ao governo, um relatório da ONG Freedom House, divulgado nesta segunda-feira, mostra que as restrições governamentais sobre a Internet cresceram em todo o mundo no último ano. Na topo da lista dos países que mais reduziram sua liberdade virtual desde janeiro do ano passado estão Paquistão, Bahrein e Etiópia, que fazem parte do grupo de 20 países que caíram no ranking, de um total de 47. Tunísia, Líbia e Mianmar, ao contrário, mostraram uma ligeira abertura em relação aos anos anteriores.

Censura na Internet Aumenta a cada ano
Censura na Internet Aumenta a cada ano

Do outro lado, a Estônia encabeça a lista de países com mais liberdade digital, seguida pelos Estados Unidos. O país tem uma evoluída cultura on-line, que inclui a votação pela internet, acesso a registros médicos eletrônicos e uma das restrições de conteúdo mais leves do mundo. Nos Estados Unidos, os quesitos mais importantes foram a velocidade de navegação e acesso a banda larga. Foram analisados aspectos como obstáculos para acesso à rede, bloqueio de conteúdos e violações dos direitos dos usuários.

Segundo o relatório, os métodos para controle da liberdade de expressão nos meios digitais também se tornaram mais sofisticados: 19 países aprovaram novas leis restritivas. No Irã, os censores melhoraram os programas para filtrar conteúdo e certificados digitais falsificados. No Paquistão, as redes privadas online tornaram-se proibidas. E 14 governos imitaram a China e contrataram comentaristas para manipular discussões na Internet, informa o grupo.

Governantes autoritários estão adotando métodos mais obscuros, mas não menos perigosos, para controlar conversas on-line, já que perceberam que bloquear sites e prender blogueiros geram uma grande repercussão internacional – explica Sanja Kelly, diretora da ONG.

Também aumentaram os ataques físicos a críticos do governo, o que muitas vezes incluem desaparecimentos e assassinatos, além de prisões e vigilância. A pressão dos cidadãos em relação ao controle também cresceu, e em alguns casos ressaltou na suspensão de projetos de censura, libertação de ativistas presos e até na anulação de leis contra a liberdade.
Fonte: Yahoo