A escola vista de dentro: eflúvios de uma pedagogia anarquista
O objetivo principal deste trabalho é possibilitar a construção de um espaço de diálogo em torno do sentido das recentes estratégias de ocupação das escolas públicas no Brasil, no ano de 2016, e seu vínculo com os princípios da pedagogia anarquista. Contestar a escola de mordaças e a escola do Estado/capital reformista, na buscade construir a escola das liberdades, com autogestão libertária dos espaços de saber, por uma educação da revolta e libertada dos organismos de opressão A estratégia de luta e de resistência dissidente das ocupações nos espaços escolares brasileiros trouxe à tona o debate sobre o saber constituído em um território autônomo. A partir dessa premissa, é possível ver na difusão do saber politicamente engajado o instrumento de enfrentamento dos mecanismos de opressão difundidos pelo Estado, sobre a figura da escola e das políticas de gestão da estrutura de ensino, e pelo capital, cercado pelos interesses financeiros das empresas e organizações sociais preparadas para transformar o sistema de ensino em mercadorias. Os okupas, delineados pela perspectiva da pedagogia anarquista, possibilitaram outro olhar sobre a escola, ou seja, um olhar de dentro e a partir dos sujeitos que nela vivenciam, alunos, professores, gestores, pais e comunidade, destoando da convencional visão difusa dos aparelhos de controle e de gestão.