A experiência histórica do anarquismo perante a questão das relações de gênero: dimensões da luta na Argentina e no Brasil.
O presente artigo aborda as concepções libertárias sobre as relações de gênero, colocando em evidência as experiências dos movimentos anarquistas da Argentina e do Brasil. Seu propósito é problematizar as temáticas ligadas à sexualidade, as quais seriam indispensáveis na construção de novas subjetividades que apontavam para a necessidade da transformação dos papéis sociais/sexuais de homens e mulheres em benefício de uma ética libertária. Tendo como fonte escritos femininos e masculinos publicados na imprensa anarquista de ambos os países, traça um breve panorama dos debates que envolviam as libertárias e os libertários sobre as questões do amor livre, da livre união, da emancipação feminina, em fins do século XIX e início do século XX. O artigo contribui para os estudos de gênero, apresentando reflexões históricas sobre o posicionamento libertário diante de temas relativos às questões femininas, revelando que muitos desses assuntos permanecem vivos, atravessando os séculos.