Anarquismo Roteiro da Libertação Social Edgard Leuenroth 1963 – Livro

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Edgard Leuenroth: É fato comum de cada dia encontrar-se em discursos de políticos, como na imprensa e em livros a palavra anarquia como qualificativo de uma situação de desordem, o que demonstra a ignorância em matéria de etimologia e filosofia desses oradores, jornalistas e escritores. Nunca se diz que anarquia significa liberdade e justiça para todos. Em rigorosa análise, o ideal de uma verdadeira democracia, a que aspira, em nossos dias, a maioria da humanidade, só se poderá realizar com a ausência da coação econômica e política. Se o povo resolve seus problemas sociais sem a intervenção de políticos profissionais, evitando rigorosamente, ao mesmo tempo, a corruptora burocracia administrativa, então o regime será verdadeiramente democrático, e, portanto, ácrata, isto é, anarquista. Em tal regime existirá a anelada felicidade social. A doutrina anarquista nos apresenta o ideal de uma ordem social sem exploração privada ou estatal, no qual a administração das coisas acabará com a dominação do homem. Esta definição não é nova, mas tem de ser repetida, porque a mentira também se repete sempre. O grande lema do movimento social surgido no século passado era — PÃO E LIBERDADE PARA TODOS. Nos últimos decênios do século passado e no século atual, sustentaram- se duras lutas para a conquista do pão. Graças a essas lutas e também devido ao progresso técnico e, conseqüentemente, ao aumento da produção de artigos de consumo, a situação material de uma parte dos povos não é tão alarmante hoje como era anteriormente. O fascismo, o nazismo, o peronismo, assim como, igualmente, o bolchevismo, pretenderam assegurar a satisfação das necessidades materiais das grandes massas. Serviram-se, com esse propósito, da antiga divisa — PÃO E CIRCO.

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