Anarquistas sobre as instituições família, casamento, herança, divórcio

Piotr Alexeyevich Kropotkin

Sem entrar nos desenvolvimentos históricos da família, podemos afirmar que ela nem sempre foi o que é atualmente. Com relação a isso, etnógrafos e antropólogos estão de acordo ao descrever as diversas formas de que ela se revestiu no transcurso da evolução humana. Ao próprio casamento, que a religião e os burgueses queriam manter indissolúvel (o proprietário, desejando transmitir a seus descendentes o fruto de suas rapinagens, modelou a família a fim de assegurar sua supremacia sobre a mulher e, para poder, em sua morte, transmitir seus bens a seus descendentes, foi preciso tornar a família indissolúvel), tiveram que acrescentar a correção, o divórcio…

Qual sua concepção sobre a instituição moral nomeada de ‘família’?

– primeira e mais importante instituição social.

– outra instituição que atua com formas de opressão e dominação.

– Via de regra, a família atrapalha. É uma luta muito grande pra não nos tornarmos nossos pais e deixarmos apagar a centelha que nos faz desejar um mundo melhor. O revolucionário precisa superar as expectativas dos pais.

– não teria vindo ao mundo se não fosse por meus pais, mas, infelizmente, se seguir a risca todas as recomendações, desejos, atitudes, esperanças, conselhos, etc… só estarei mais encrustado ao sistema vigente.

– É muito pobre chamar os consaguíneos de família… família deveria se extender a toda a espécie.

– É preciso entender conceito de família para esta sociedade:
Egoísmo, individualismo!
Fomos moldados entender que família são os pais, irmãos e talvez avos, tios(a) e primos(a).

E o vizinho que vc conhece a anos? E as pessoas que nos rodeiam diariamente?

Família é o mundo todo!

Por estas e outras que o Anarquismo repudia a “família”!

– O modelo de família cristão suprime a liberdade individual.

| Relação da instituição familia e o anarquismo |

– A familia é um pilar societario thiago, como assim contrabalanciar? se a sociedade é autoritaria a familia do modo geral não no singular de sua experiência social é autoritaria, se não não caberia autoriridade na sociedade.

– Bom, a família ainda é o núcleo da sociedade. É um dos principais campos de formação do individuo, senão o principal. Se vivemos em uma sociedade autoritária, é porque temos uma família autoritária. Volto a falar, uma família muito bem definida e estruturada hierarquicamente, com papéis claros de cada um dos seus membros é o modelo ideal para se construir uma sociedade igualmente hierarquizada. Esses modelos familiares devem ser combatidos. Aliás eu acredito que a família, como “instituição”, deve ser combatida.

– Eu não vejo nada de errado com a familia contanto que não seja abusiva, ou autoritaria e hierarquirizada como vocês falariam.

– Nesse assunto em especial, sou guiado pelo aforismo “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”. Embora tal raciocínio nem sempre seja verdadeiro, nesse caso em específico creio que seja.

Assim, qual instituição é a maior inimiga da liberdade humana? Só pode haver uma resposta: o estado em geral; e, em particular, a versão totalitária deste. Talvez não haja melhor exemplo de tal governo do que a URSS e seus principais ditadores, Lênin e Stalin (embora a supremacia em termos de números absolutos de inocentes assassinados pertença à China de Mao). Podemos em seguida perguntar: quais instituições esses dois respeitáveis russos escolheram para o opróbrio? Em primeiro lugar, a religião. Em segundo lugar, a família. Não foi nenhuma coincidência os soviéticos terem aprovado leis que premiavam os filhos que delatassem os pais por atividades anticomunistas. Certamente não há melhor maneira de destruir uma família do que por meio dessa política diabólica. E como eles tratavam a religião? Essa é uma pergunta meramente retórica: a religião foi transformada no inimigo público número um, e seus praticantes foram cruelmente caçados e exterminados.

Por que escolheram a religião e a família? Porque ambas são as principais concorrentes do estado na busca pela lealdada e obediência das pessoas. Os comunistas estavam totalmente corretos — se formos nos basear em suas próprias perspectivas diabólicas — em centrar sua artilharia sobre essas duas instituições. Todas as pessoas que são inimigas de um estado intrusivo, portanto, fariam bem em abraçar a religião e a família como seus principais amigos, sejam essas pessoas ateias ou não, pais ou não.
Walter Block

– O lance não é o estado apoiar contra todas, o lance é forma que somos condicionados ao estado a partir da familia, é algo maior que até mesmo as politicas de estado. Onde vc aprende a obedecer sem questiona? as relações familiares vãose refleti ao modo que uma população se comporta perante o estado, basta nota que a medida que familias vão dando mais liberades a sociedade e o estado vai ficando mais livre, é caso das relações homoxessuais, onde vc acha que os gays luturam e lutam primeiro e dentro da familia, apaprtir dai ganha força pela sua aceitação na sociedade alias isso se torna quase inocuo uma vez que todas as familias, ou melhor a maioria aceita tal condição do individuo. As leis tb são reflexo das familias não é de hj que escultamos temos que combater o trafico em nome da familia. a familia é uma instituição maior ate que a igreja, como bem disseram no outro topicoa igreja sempre apoiou a familia com suas mudanças no tempo. Por que a familia que vai aceita ou não uma religião.

– o problema tá na familia ou no estado? Em ambos, e vejo que começa de baixo pra cima, acho que a estrutura familiar que solidifica a estrutur!

– A na familia onde primeiro aprendemos ou somos condicionados(ai depende de cada visão) a se porta e comporta na sociedade,as regrasde comportamento e o não questionamento desta sociedade são repassado pela familia, a familia é o centro reprodutivo destes costumes e habitos que favorecem o estado. Logo depois vem a questão da escola mas ai ja incluiu os fatores que talves em outro topico seja interessante…

– Tem muitos pais de familia alimentando seus filhos com a desgraça dos filhos alheios
Para a familha tudo, para o resto, esmola
E ainda tem otario que acha essa instituição fundamental para o desenvolvimento da nação…
O ideal anarkista é acabar com a familia e a herança

– Na verdade, antes disso ainda tem a instituicao do PATRIARCADO

– Bom, antes da noção de propriedade privada, teve a noção de PATRIARCADO, que acabou com o modelo familiar antigo, e deu origem à família patriarcal monogâmica ou poligâmica que conhecemos hoje… A propriedade privada só veio piorar a situação, estendendo à mulher e filhos a propriedade do chefe de família…

– ainda assim antes dessa nação de patriarcado os pagãos já se dividiam em nações, patrias, o que pode servir para a institucionalização das demais coisas”
e as besteiras continuam. Nação e pátria, nasceram junto com o Estado absolutista. Antes disso, essas concepções simplesmente não existiam. Falar em nação ou Patria antes do Estado absolutista ecometer um anacronismo louco, desmedido e insensato.


Maoiria dos Sociologos Anarquistas que le, afirmam que a coação é a verdadeira manutentora das estruturas hieráquicas da sociedade, e que essas estruturas são as que verdadeiramente alienam o homem criando subimissão e controle de uns pelos outros. A coerção é uma forma de força alem desta estruturas coactivas, A coerção para eles passa a ter uma finalidade vinda da coacção a correção.

– Então, pra vc entender melhor, as primeiras organizações tinham como base e orientadora a INSTITUIÇÃO FAMILIAR, e os proto-Estados dessa época nada mais eram do que clãs gigantescos com uma hierarquia social rígida… Mesmo posteriormente, na Idade Média, poderia até existir um conceito de POVO, mas a idéia de NAÇÃO só foi cunhada no calor das lutas pela formação dos Estados nacionais europeus, a partir do séc. XIII…

Que confissão mais bela em favor da união livre se poderia pedir? Não é evidente que é inútil selar com uma cerimônia o que uma outra cerimônia pode desfazer? Por que fazer consagrar por um simplório cingido por uma cilha a união que três outros simplórios de togas e barretes poderão declarar nula e inexistente?

Assim, os anarquistas rejeitam a instituição do casamento. Eles dizem que dois seres que se amam não precisam da permissão de um terceiro para se deitarem juntos; a partir do momento que sua vontade leva-os a tomar esta decisão, a sociedade nada tem a ver com isso, e menos ainda a interferir.

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Os anarquistas dizem o seguinte: pelo fato de que se deram um ao outro, a união do homem e da mulher não é indissolúvel, não estão condenados a terminar seus dias juntos se acontecer de se tornarem antipáticos um ao outro. O que sua livre vontade formou, sua livre vontade pode desfazer.

Reconheçamos, de uma vez por todas, que os sentimentos do ser humano escapam a toda regulamentação e que deve existir a mais completa liberdade para que eles possam desenvolver-se completa e normalmente. Sejamos menos puritanos e seremos mais francos.

Dois seres que, tendo encontrado-se, aprenderam a se conhecer e a se estimar e acabam por se tornar um só, de tanto que se tornaram íntimos e completos, e de tanto que sua vontade, seus desejos, seus pensamentos tornaram-se idênticos, estes seres, menos que todos os outros, necessitarão de leis para obrigá-los a viver juntos.

Quando o homem e a mulher não se sentem mais acorrentados um ao outro, e se amam, a força das coisas conduzem-nos a se buscar reciprocamente, a merecer o amor do ser que tiverem escolhido. Sentindo que o companheiro ou a companheira amada pode abandonar o ninho se não encontrar mais a satisfação com a qual sonhou, o indivíduo colocará tudo em obra para agradar o outro completamente. Assim como entre essas espécies de pássaros, em que, na época do acasalamento, o macho apresenta uma plumagem nova e brilhante para seduzir a fêmea da qual quer atrair os favores, os humanos cultivarão as qualidades morais que devem fazê-los amar e tornar sua companhia agradável.

Nós anarquistas somos extremamente contra o sistema de herança pois esta perpetua o poder estatal e direitos de propriedade da sociedade civil, ou seja, a herança bem como a propriedade privada são pilares deste sistema desigual e desumano que por sua vez enaltece ainda mais a classe burguesa/dominante.

Piotr Alexeyevich Kropotkin – O Princípio Anarquista e Outros Ensaios. Tradução de Plínio Augusto Coelho. Editora Hedra. Pgs 69-72.