Charles-Ange Laisant
Charles-Ange Laisant (Indre, 1 de novembro de 1841 – 5 de maio de 1920) foi um político e matemático francês, nascido em Indre próximo a Nantes, e estudou na École Polytechnique como engenheiro militar.
Charles-Ange Laisant nasceu no dia 1º de novembro de 1841 em Indres, cidade localizada
próxima à Nantes, na França. Estudou quando jovem no Liceu de Nantes e em 1859 entrou na
Escola Politécnica. Formou-se em 1863 e tornou-se engenheiro. Posteriormente se integrou à Escola
Imperial de Aplicação de Artilharia e Engenharia. Em 1866 recebeu a patente de capitão, passou por Montpellier, Brest e Nantes e teve uma importante carreira militar. Desde 1869 tornou-se
franco-maçom, ligado ao Grand Orient de France. Durante o cerco à Paris em fins do ano de 1870,
por ocasião da Guerra Franco-Prussiana, participou da defesa do Forte D’Issy, atuação pela qual
recebeu, em janeiro de 1871, a Cruz de Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra. Para
dedicar-se exclusivamente à política, o capitão Laisant abandonou o exército definitivamente e em
1876 apresentou-se às eleições legislativas da 1ª circunscrição de Nantes, como candidato
republicano. Foi reeleito duas vezes por Loire-Inferiéure, em outubro de 1877 e agosto de 1881.
Apresentou-se no ano de 1885 como candidato a deputado em Paris, pela região de Seine, cargo que
exerceu também por dois mandatos (1885-1893). Atuou dentro do parlamento, ao todo, por cerca de
17 anos, dedicando-se especialmente à temas militares e sociais. Desde seu primeiro mandato
defendeu a redução do serviço militar (a chamada Lei dos Três Anos) e a extinção do voluntariado,
propostas que obtiveram grande apoio nos quartéis e nos meios populares franceses. Uma de suas
ações mais significativas no parlamento foi o voto a favor da anistia dos communards.
Representante do pensamento da esquerda radical da época, Laisant envolveu-se em diversas
polêmicas contra monarquistas e republicanos moderados, incluindo acusações e difamações
mútuas entre deputados e ministros, bem como votou a favor e defendeu temas polêmicos: a anistia
parlamentar; a separação da Igreja e do Estado; a liberdade de reunião e associação; a liberdade de
imprensa; o divórcio; a instituição de uma Caixa de Pensões do Trabalho; e a polêmica lei de
expulsão dos príncipes da França em 1886. Também se opôs às políticas educacionais de Jules
Ferry e combateu as expedições coloniais.
Política
Defendeu o forte de Issy no Sítio de Paris, e serviu na Córsega e Argélia em 1873. Em 1876 renunciou sua comissão para entrar na Câmara como deputado por Nantes no interesse republicano, e em 1879 foi tornou diretor do Le Petit Parisien. Por alegada difamação do general Courtot de Cissey nesta publicação foi severamente multado.
Matemática
Laisant não buscou a reeleição em 1893, e devotou-se deste então à matemática. Publicou duas obras sobre álgebra geométrica, Introduction à la Méthode des Quaternions (1881) e Théorie et applications des equipollences (1887). Foi também co-fundador de um periódico matemático, L’Intermédiaire des Mathématiciens com Émile Lemoine em 1894, e foi em 1888 presidente da Société mathématique de France. O livro-texto sobre quaterniões foi um resumo do livro de Jules Hoüel, e o texto sobre equipolências foi baseado no trabalho de Giusto Bellavitis.
Esperanto
O interesse de Laisant pela língua internacional esperanto começou após uma apresentação de Charles Méray em 1900. Assim como ele, Laisant a divulgou entre cientistas. Laisant foi vice-presidente da Sociedade Francesa para a Difusão do Esperanto (SFPE) e do Grupo de Esperanto de Paris em 1901. Contribuía regularmente com artigos em revistas especializadas e publicou brochuras em e sobre a língua. Sua obra Iniciação à Matemática foi publicada em esperanto em 1914 pela editora Hachette, sob o título Inicado Matematika.
CHARLES-ANGE LAISANT: MATEMÁTICO, ANARQUISTA E EDUCADOR RACIONALISTA*
Rodrigo Rosa da Silva*