[EZLN – Exército Zapatista de Libertação Nacional] 20 anos do movimento Zapatista revolucionário que surpreendeu o mundo

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O Movimento Zapatista surpreendeu o mundo em 1.º de janeiro de 2004, quando organizaram levante armado que, por 12 dias, tomou controle de oito cidades.

EZLN – Exército Zapatista de Libertação Nacional, movimento revolucionário mexicano, comemora neste dia 1º de janeiro 20 anos do levante armado no estado de Chiapas, que resultou em várias cidades ocupadas pelos militantes que declararam o território “autônomo e rebelde”.

Os 20 anos do levante armado zapatista serão comemorados em Chiapas com uma festa realizada nos cinco caracóis (comunidades zapatistas), “aberto a todos e a todas, menos à imprensa”, conforme informou o Subcomandante Moisés – encarregado de assuntos internacionais do movimento por meio de um comunicado divulgado pela internet.

Os caracóis são as regiões organizativas das comunidades zapatistas, criadas em agosto de 2003, como uma mudança na forma de administrar os municípios ocupados. Anteriormente, estas regiões eram chamadas de Aguascalientes.

Em dezembro de 1994, os zapatistas ocuparam posições em 38 municípios no estado de Chiapas, declarando-os “autônomos e rebeldes”. Destes, 27 permanecem em poder dos zapatistas e são administrados pelas “Juntas de Bom Governo”, formadas por representantes populares.
Subcomandante Marcos

Identificados apenas pelo número dos caracaóis onde vivem, os zapatistas utilizam os passamontanhas como símbolo da unidade do movimento
Identificados apenas pelo número dos caracaóis onde vivem, os zapatistas utilizam os passamontanhas como símbolo da unidade do movimento

“Para as encapuzadas e os encapuzados de cá, a luta que vale não é a que se tem ganhado ou perdido, é a que segue, e para ela se preparam os calendários e as geografias”, anunciou o Subcomandante Marcos por meio de um comunicado divulgado na internet no dia 22 de dezembro.
Chefe militar e porta-voz desde o levante de 1994, Marcos se tornou a face pública mais conhecida do movimento zapatista, sem nunca revelar seu rosto, sempre coberto com um gorro negro (o passamontanhas), que caracteriza os zapatistas.

No comunicado, Marcos também teceu críticas ao governador de Chiapas, Manuel Velasco, do Partido Verde Ecologista do México (PVEM) e ao presidente do México, Enrique Peña Nieto, que levou o Partido Revolucionário Institucional (PRI) de volta ao poder do país após 12 anos.

Velasco é citado no comunicado como “autodenominado governador” e “empregado de um negócio que nem é partido, nem é verde, nem é ecologista, nem é do México”. E diz que o governador lançou uma campanha para promover o turismo e “põe vendas nos olhos dos turistas para que não vejam os paramilitares, a miséria e o crime das cidades chiapanecas”.

Quanto à política do atual presidente do México, Marcos afirma que ela é baseada na “desapropriação” e critica as reformas anunciadas no país. “A desapropriação disfarçada de reforma constitucional não se iniciou com esse governo, começou com Carlos Salinas de Gortari (presidente do país de 1988 a 1994)”, ressaltou.

EZLN

Novidades

Após as comemorações de janeiro de 2014, o EZLN iniciará a terceira etapa de uma nova empreitada que teve início em 2013: a escola zapatista, ou “Escuelita”, como foi anunciada. Entre os dias 3 e 7 de janeiro, 2,25 mil pessoas de todos os lugares do mundo que se inscreveram pela internet participarão do curso “A liberdade segundo os zapatistas”.

O primeiro nível do curso é dividido em quatro temas: “Governo autônomo I, Governo autônomo II, Participação das mulheres no governo autônomo e resistência”.
A experiência da escola zapatista foi anunciada pelo Subcomandante Moisés, que assumiu o posto em fevereiro de 2013 em declaração divulgada por Marcos.

“Queremos apresentar-lhes a um dos muitos que somos, nosso companheiro Subcomandante Insurgente Moisés. Ele cuida de nossa porta e em sua palavra também falamos todos e todas que somos. Pedimos que o escutem, é dizer-lhes, que o olhem e assim nos olhem” Foi assim que Marcos anunciou o novo comandante das forças rebeldes.

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