Fascismo filho da igreja e do capital de Maria Lacerda de Moura – Livro
“Enquanto o homem estiver armado, é um tirano e um covarde. Enquanto não fizer a revolução social interior para a realização profunda, ninguém tem o direito de encher a boca com as palavras “revolução social” – porque só pode semear a verdade quem já fez a sua colheita. Quanto ao mais, palavras lindas e lições aviltantes. Os homens e mulheres “de ideia”, deixam muito a desejar. O pensamento, em absoluta dissonância com as ações. Só quando o homem realizar um ser superior, tendo abandonado a violência aos impotentes e aos degenerados, aos fracos e aos trogloditas, só então terá direito de exigir dos outros o respeito á sua dignidade de ser humano. A violência é estéril. Nada cria. É força desordenada, destruidora. Fere ao acaso e gera a violência. Estéril? – Não! É a mãe do Ódio. Quando o homem souber respeitar o outro homem, sem necessidade da policia ou das leis escritas; quando desaparecer a violência e a autoridade, por imprestáveis, – porque o homem não condenará mais a tirania com o objetivo do assalto ao poder, para se aboletar, gostosamente, no trono do tirano… já não será necessária a revolução social. Mas, enquanto os “escultores de montanhas” teimarem em obrigar os homens todos a pensar segundo o seu pensamento, a crer no que eles creem, inutilizando, massacrando os sonhos ou o pensamento dos outros – para assegurar o predomínio das suas verdades – prendendo, exilando, fuzilando ou mutilando os corpos e as consciências dos que pensam de maneira diversa: – as guerras e as revoluções sociais, uma após outras, hão de ensanguentar a terra, inutilmente, perversamente, degenerando, enlouquecendo a todo o gênero humano. Isso será até o suicídio coletivo da humanidade, através da técnica moderna da ciência – a serviço do canibalismo das verdades organizadas.”
– Maria Lacerda de Moura
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