Sílvia Ribeiro
Sílvia Ribeiro, Desde os 15 anos, Sílvia Ribeiro vive na Comunidad Del Sur, criada em 1955, Uruguai, onde se pratica uma experiência modelo de organização autogestionária. Cerca de quarenta pessoas de idades variadas, entre mulheres e homens, vivem numa chácara próxima ao centro da cidade, algumas trabalhando na gráfica da editora Nordan-Comunidad. Ao lado delas, Sílvia opta pela aposta na política radical, traduzida na construção da solidariedade desde as pequenas tarefas da vida cotidiana, do trabalho e do lazer, com muito amor. Sílvia Ribeiro está envolvida com as lutas anarcofeminista e ecológica. Sílvia expôs em uma entrevista recente à professora e anarquista Margareth Rago, sua ideia de uma vida libertária em uma comunidade: “A Comunidade sempre se viu como uma experiência social, se baseando em alguns princípios que estão escritos (…) Para dar-lhe uma ideia, há como que quatro princípios básicos: no político, nós nos definimos como socialistas libertários, no sentido de como concebemos uma estrutura política de participação na sociedade. No plano econômico, dizemos que somos comunistas no sentido real da palavra, isto é, de cada um segundo sua capacidade, a cada um segundo suas possibilidades, e isso tem a ver com o fato de sermos contra a propriedade privada e a herança. Do ponto de vista social, elegemos uma forma social tipo comunitário, que é também uma crítica à sociedade, à família nuclear burguesa. (…) A Comunidad del Sur não tem sentido se não transforma a sociedade global, assim temos que fazer algo, ela tem que ter um sentido projetivo, pode ser um modelo, ou inspiração possível… pensamos que em momentos de crise da sociedade, as pessoas levantam a cabeça e procuram, ao cair o socialismo autoritário (exemplos de Cuba e do Leste Europeu), perguntam: o que há, no lugar disto?”.