Teoria da propriedade de Joseph Pierre Proudhon – Livro
Teoria da propriedade de Joseph Pierre Proudhon – Livro
Teoria da Propriedade é uma obra póstuma de Proudhon, que remonta a fase final de seus escritos. O desenvolvimento que dei a minha teoria da propriedade pode ser resumido em algumas páginas. Uma primeira coisa a observar é que, sob o nome genérico de propriedade, os apologistas desta instituição confundiram, seja por ignorância ou por artifício, todas as formas de posse: sistema comunal, enfiteuse, usufruto, sistemas feudais e alodiais; eles raciocinaram sobre o capital como se ele fosse renda, sobre propriedade fungível como se fosse propriedade imóvel. Já fizemos justiça a essa confusão. A posse, indivisível, intransferível, inalienável, pertence ao soberano, príncipe, governo ou coletividade, dos quais o inquilino é uma espécie de dependente, arrendatário ou vassalo. Os alemães, antes da invasão, os bárbaros da Idade Média, conheciam apenas ela; é o princípio da raça eslava, aplicado neste momento pelo Imperador Alexandre a sessenta milhões de camponeses. Esta posse implica nos vários direitos de uso, habitação, cultivo, pastoreio, caça e pesca – todos os direitos naturais que Brissot chamou de propriedade de acordo com a natureza; é a posse deste tipo, mas a qual eu não defini, a qual eu me referia na minha primeira Memória e nas minhas Contradições. Essa forma de posse é um grande passo na civilização; é melhor na prática do que o domínio absoluto dos romanos, reproduzidos em nossa propriedade anárquica, a qual está se matando com crises fiscais e seus próprios excessos. É certo que o economista não pode exigir mais: lá o trabalhador é recompensado, seus frutos garantidos; tudo que lhe pertence legitimamente está protegido. A teoria da posse, princípio da civilização das sociedades eslavas, é o mais honorável daquela raça: compensa pelo atraso de seu desenvolvimento e torna inexpiável o crime da nobreza polonesa.
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