Vozes femininas do anarquismo na Argentina dos séculos XIX e XX
Este texto propõe-se a uma leitura das ideias defendidas por algumas mulheres anarquistas que militavam no movimento anarquista na Argentina, contribuindo para uma leitura do anarquismo no que se refere às relações de gênero. A partir de uma breve análise de determinados periódicos libertários encontramos diversas vozes femininas, as quais, durantes anos, permaneceram silenciadas, sendo, nas últimas décadas, recuperadas por meio de pesquisas consistentes. No brado das militantes, verifica-se a presença constante de um posicionamento invocativo, constatando-se que as/os anarquistas, com maior ou menor intensidade, há anos discutiam e até pretendiam a subversão dos papeis sociais-sexuais atribuídos aos homens e às mulheres anarquistas, de modo a produzir novas subjetividades. E, da mesma forma, dedicavam-se a combater o poder do Estado e os micros poderes, a transformar avida econômica, as relações sociais opressivas, autoritárias, hierárquicas e desiguais.